segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Barragem da hidrelétrica de serra da mesa (GO) terá redução da defluência minima ate maio de 2019

Barragem da hidrelétrica de Serra da Mesa (GO) terá redução da defluência mínima até maio de 2019

Rui Faquini / Banco de Imagens ANABarragem de Serra da Mesa (GO)
Barragem de Serra da Mesa (GO)
Durante o período chuvoso na bacia do rio Tocantins, entre dezembro de 2018 e maio de 2019, a barragem de Serra da Mesa (GO), no rio Tocantins, poderá liberar menos água. A medida aprovada pela Resolução nº 93/2018, da Agência Nacional de Águas (ANA), tem como objetivo preservar o volume do reservatório no período úmido. Com isso, a defluência mínima média diária em Serra da Mesa cairá de 300 metros cúbicos por segundo para 200m³/s em dezembro de 2018 e maio de 2019. Entre janeiro e abril do próximo ano a defluência mínima permitida será de 100m³/s. 
Com a redução do volume de água liberado por Serra da Mesa, estima-se que o reservatório pode ter um ganho de até 7,2% de seu volume útil, caso as afluências (volume de água que chega) sejam semelhantes à vazão afluente do pior período do histórico de Serra da Mesa: 2016-2017. O reservatório tem um volume útil de 43.250 hectômetros cúbicos, ou 43,25 trilhões de litros. No total, Serra da Mesa possui uma capacidade de armazenamento de 54.400hm³, ou 54,4 trilhões de litros. Este é o maior reservatório da bacia do Tocantins e o maior do Brasil em volume de água. 
As novas condições de operação foram publicadas na edição do Diário Oficial da União desta segunda-feira, 10 de dezembro, e levaram em consideração a situação de escassez hídrica pela qual passa a bacia do Tocantins. A região enfrenta chuvas e vazões afluentes abaixo da média desde 2014, o que vem impossibilitando a recuperação dos reservatórios da bacia, principalmente Serra da Mesa. 
Conforme o dado mais recente do Sistema de Acompanhamento de Reservatórios (SAR) da Agência, de 9 de dezembro, o reservatório estava com uma acumulação de 12,49% de seu volume útil. Na mesma data em 2017, Serra da Mesa acumulava 6,25%, sendo que o ano passado foi o pior desde o enchimento do reservatório em 1997. Saiba mais sobre a crise hídrica no Tocantins na página da Sala de Situação da ANA
Serra da Mesa foi um barramento criado para regularizar a cascata de geração hidrelétrica na bacia, que ainda conta com as hidrelétricas de Cana Brava (GO), São Salvador (TO), Peixe Angical (TO), Luís Eduardo Magalhães – Lajeado (TO) e Estreito (TO/MA), todas elas na calha do rio Tocantins a jusante (abaixo) de Serra da Mesa. 
Esta resolução publicada hoje foi motivada pelo pedido do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Enquanto a Resolução ANA nº 93/2018 estiver vigente, fica suspenso o limite mínimo de vazão defluente de 300m³/s para a hidrelétrica de Serra da Mesa, que é o piso autorizado pela Resolução ANA nº 529/2004
De acordo com o documento da ANA, essa operação especial do reservatório de Serra da Mesa deverá liberar volumes de água suficientes para garantir o atendimento das restrições de vazões mínimas das hidrelétricas de Cana Brava (90m³/s), São Salvador (90m³/s), Peixe Angical (360m³/s), Luís Eduardo Magalhães – Lajeado (255m³/s) e Estreito (744m³/s), todas elas na calha do rio Tocantins a jusante (abaixo) de Serra da Mesa. 
Furnas, que opera a UHE Serra da Mesa, deverá divulgar a flexibilização temporária da vazão mínima defluente da barragem para os municípios localizados entre os reservatórios de Serra da Mesa e de Cana Brava. Além disso, caberá à empresa se articular com a Marinha do Brasil para garantir a segurança da navegação na região. A ANA fiscalizará o cumprimento da Resolução nº 93/2018 pela operadora do reservatório. 
Hidrelétrica de Serra da Mesa 
A Usina Hidrelétrica de Serra da Mesa tem capacidade instalada para geração de 1.275MW, segundo dados de Furnas, e atende ao mercado de energia elétrica do Sistema Interligado Sul/Sudeste/Centro-Oeste. Além disso, a hidrelétrica é responsável pela ligação entre este sistema e o Norte/Nordeste, sendo o elo da Interligação Norte-Sul. Com uma área de 1.784km², o reservatório da hidrelétrica é o maior do Brasil em volume de água: 54,4 bilhões de metros cúbicos (m³). Sua barragem para geração de energia fica no curso principal do rio Tocantins no município de Minaçu (GO). 
Rio Tocantins
Com aproximadamente 2400km de extensão, o rio Tocantins é o segundo maior curso d’água 100% brasileiro, ficando atrás somente dos cerca de 2800km do rio São Francisco. O Tocantins nasce entre os municípios goianos de Ouro Verde de Goiás e Petrolina de Goiás. Ele também atravessa Tocantins, Maranhão e tem sua foz no Pará perto da capital Belém. O rio também pode ser chamado de Tocantins-Araguaia, por se encontrar com o rio Araguaia entre o Tocantins e o Pará. Os dois cursos d’água também dão nome à Região Hidrográfica do Tocantins-Araguaia, que é a maior do Brasil em área de drenagem 100% em território nacional.  Por serem rios interestaduais, a gestão das águas do Tocantins e do Araguaia é de responsabilidade da ANA.

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