CURSO CAPACITA COOPERATIVAS A LIDAR COM ELETRÔNICOS
Com apoio da Petrobras e parceria com a USP, o Instituto GEA oferece curso para tornar a triagem mais rentável e segura.
Separar e classificar o lixo eletrônico por tipo de material e encaminhá-lo para recicladoras especializadas pode render às cooperativas até 100 vezes mais, em algumas peças, que a atual forma de tratamento. Esse objetivo econômico, aliado à necessidade de cuidados com a saúde e o meio ambiente na hora de lidar com esse tipo de produto, levou o Instituto GEA - Ética e Meio Ambiente a preparar um projeto para a capacitação dos catadores.
O GEA é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) criada para desenvolver a educação ambiental e assessorar a população a implantar programas de coleta seletiva e reciclagem. O Projeto Eco-Eletro foi desenvolvido em parceria com o Laboratório de Sustentabilidade - LASSU, vinculado ao Centro de Computação Eletrônica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).
Um grande impulso para levar a iniciativa adiante veio do programa Desenvolvimento e Cidadania da Petrobras que escolheu o projeto do GEA juntamente com outros 112 contemplados, entre 5.183 trabalhos, para receber patrocínio da empresa. Com duração prevista de 18 meses, o projeto recebe dez cooperados por mês para os cursos gratuitos que duram duas semanas, com 20 horas teóricas e 40 horas práticas.
A primeira turma foi formada em abril deste ano. "Inicialmente, pretendíamos atender a região metropolitana de São Paulo, mas já recebemos solicitações da Baixada Santista e do interior do estado. Existe um grande desconhecimento sobre como tratar corretamente os equipamentos de informática e telefonia e, portanto, há também um grande interesse por parte das cooperativas", afirma Wanderley dos Anjos, gestor ambiental do GEA.
Resultados práticos
No curso, os catadores aprendem a identificar as peças com maior valor agregado, são informados sobre os preços médios de mercado e recebem indicação de recicladoras já selecionadas pelo Laboratório de Sustentabilidade da USP e certificadas pela Cetesb. Os treinamentos ocorrem na sede do Lassu, sob orientação e supervisão da equipe técnica do Centro de Descarte e Reuso de Resíduos de Informática. Esse centro, que funciona no campus Butantã da USP, tem a finalidade de coletar e destinar adequadamente os resíduos eletrônicos.
"Dois de nossos 45 cooperados participaram do curso e, quando voltaram, repassaram o conteúdo para os outros. Aprendemos muito sobre os riscos que devemos evitar e sobre as peças, muitas delas nem sabíamos que eram recicláveis. Com isso, aumentamos nosso lucro e estamos trabalhando de forma mais segura", conta Mara Lúcia Sobral Santos, da Cooperativa de Coleta e Triagem da Granja Julieta, em São Paulo.
Mas o trabalho do GEA não termina no final do curso. Seus técnicos visitam as cooperativas para ver in loco o que ainda precisa ser revisto e melhorado. O instituto também está incentivando as cooperativas a se tornarem pontos de entrega voluntária de equipamentos eletrônicos. "Estamos preparando a infraestrutura básica para isso. Desenvolvemos painéis para serem instalados nas cooperativas, lembrando os principais pontos do curso, e folhetos para serem entregues pelos catadores em estabelecimentos comerciais e residências, indicando seu atendimento", diz Ana Maria Domingues Luz, presidente do GEA. "É um trabalho muito complexo que demanda um grande esforço educacional junto às cooperativas e à população. Mas os resultados têm sido compensadores."
. Para saber mais: www.institutogea.org.br/ecoeletro
http://www.cempre.org.br/_img/ci117_001.jpg
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