segunda-feira, 4 de julho de 2011

ESCOLA ECOLÓGICA

Rio inaugura primeira escola ecológica do país

Colégio Estadual Erich Walter Heine tem instalações que captam a água da chuva para ser usada nos sanitários
Rio - A primeira escola ecológica do país foi inaugurada nesta sexta-feiraem um dos bairros mais carentes do Rio de Janeiro, Santa Cruz, zona oeste da cidade. O Colégio Estadual Erich Walter Heine tem instalações que captam a água da chuva para ser usada nos sanitários, jardins e na limpeza da escola, com economia de 50% da água potável. As lâmpadas LED em todo o edifício reduzem em até 80% o consumo de energia.
O formato de cata-vento da construção e o telhado verde reduzem a temperatura, em uma região em que ela ultrapassa 40 graus Celsius no verão. A escola está entre as 121 instituições no mundo com certificação Leed Schools (de liderança em energia e design ambiental) e é a primeira escola de ensino médio profissionalizante da região, que tem um dos menores índices de desenvolvimento humano do município.
A iniciativa faz parte de um convênio entre o governo do estado e a empresa Thyssenkrupp CSA. O investimento de R$ 11 milhões foi arcado integralmente pela siderúrgica, a maior da América Latina.
O diretor de Sustentabilidade da empresa, Luiz Cláudio Castro, explicou que a construção da escola estava prevista no projeto de compensação por liberação de carbono, e que a ideia de uma construção sustentável surgiu para contribuir para reduzir os gases de efeito estufa.
Desde fevereiro, cerca de 200 alunos estudam na escola que foi oficialmente inaugurada hoje com a conclusão da piscina e da quadra poliesportiva. O estudante Leonardo Andreol, 15 anos, passou na prova seletiva para o colégio que oferece especialização em administração, com um computador por aluno e lousas digitais, com acesso à internet. “É uma escola diferente e aqui estou aprendendo que se a gente não conservar a natureza agora vai ficar bem difícil para as próximas gerações”.
O professor de química Agnaldo Pereira dos Santos disse que esta é a primeira vez que vê seu trabalho ser valorizado em seus 16 anos de magistério. “É muito gratificante, porque a gente já está há um bom tempo no estado e nunca havia visto uma resposta desta, com laboratório desta qualidade e alunos dedicados”.
As informações são da Agência Brasil

MEIO AMBIENTE E VIDA

Poupança da natureza
Brasil já tem serviços para quem quer compensar danos causados ao meio ambiente
POR LUCIENE BRAGA
Rio - O mundo está descobrindo um novo modelo de ‘poupança’: a da natureza. Já é possível plantar árvores sem pegar na enxada ou salvar bacias inteiras de rios sem sair de casa. No Brasil, iniciativas como o Banco Cyan (da água) e o Banco da Árvore ganham cada vez mais destaque para quem está de olho em práticas sustentáveis.

O Banco Cyan (www.bancocyan.com.br) é um sistema de descontos em compras online para quem economizar água. O programa funciona vinculado ao consumo de água de cada imóvel cadastrado. Sempre que a média de gastos diminui ou é mantida, o consumidor ganha pontos que podem ser usados como desconto em sites. Desde que a iniciativa foi lançada, em março, o ‘banco da água’ já registrou 8,5 milhões de litros economizados.Em São Paulo, 6,2 milhões de imóveis registrados pela Sabesp podem se cadastrar. No Rio, a Cedae ainda não entrou no programa, mas tem o seu próprio sistema para premiar a economia: o bolso. A tarifa regressiva garante descontos generosos.

Menos carbono

Além da escassez de água, outra ameaça que ronda o planeta é o aquecimento global. Mais de 35,5 bilhões de toneladas de dióxido de carbono — principal causador do aquecimento global — são lançadas por ano na atmosfera. Para reduzir emissões, o Protocolo de Quioto criou o mercado de créditos de carbono, que prevê negociação entre países ou empresas que precisam compensar a própria poluição, investindo em projetos sustentáveis. Negócio de gente grande. Iniciativa parecida chegou agora a pessoas físicas. O Banco da Árvore (www.bancodaarvore.com.br) é a popularização dessa proposta. A diferença é que qualquer um pode fazer parte do projeto, além das empresas.

O Banco da Árvore produz relatório de emissões de carbono a partir do quanto a pessoa consome de energia e combustíveis e de quanto lixo ela gera. Os parâmetros são os mesmos de Quioto. O interessado se cadastra e faz a conta das próprias emissões numa calculadora no site. O banco informa o total de árvores que deverá plantar de acordo com as emissões e cuida de tudo. O plantio é monitorado, e o usuário recebe relatórios e certificado.

Nove árvores para um carro popular

Segundo simulações no site do Banco da Árvore, uma pessoa que tem um carro popular e roda 20 mil km por ano precisaria plantar nove árvores nesse período. Ela emite 1.330 kg de dióxido de carbono e deve ter custo de R$ 144 para plantar essas árvores. Quem faz uma viagem à Disney de avião emite 809 kg de gás. Para neutralizar essa quantidade, precisaria de seis árvores, que custam em torno de R$ 96.

Esses serviços, novos no País, começam a trazer hábitos europeus. Até em companhias aéreas econômicas, passageiros podem optar por pagar taxa opcional de compensação das emissões. Não é raro optarem por consciência.
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